O Caminho do Desenvolvimento Espiritual

“A Meditação não é um fazer, mas algo que acontece.”

Meditações e Rituais | Compreendendo a Meditação
Instruções para a Meditação

O Caminho não significa acumular conhecimento, mas sim lentamente utilizá-lo: “Devagar se vai longe.” Os exercícios espirituais não são possíveis se não respeitarmos os princípios básicos sobre dieta e estilo de vida. A prática constante desses princípios básicos leva ao alinhamento interior e à realização que o acompanha. Quando praticamos conceitos e ideias espirituais avançados, a tendência é esquecer os princípios básicos do caminho.

O propósito de todo treinamento espiritual é a transformação, para que a estrutura do corpo fique mais sutil. A alimentação tem um papel importante. Podemos melhorar a qualidade de nossos pensamentos melhorando a qualidade da comida que ingerimos e vice-versa. Devemos escolher alimentos com vitalidade e de acordo com nosso biotipo. Os alimentos podem ser saborosos, podendo também adicionar o tempero da boa vontade. É importante saber o que comer, quando comer, quanto comer e como comer. Devemos aprender a colocar esse conhecimento na prática. A recomendação é que comamos num local limpo e sereno, em silêncio e com uma atitude agradável. É melhor evitar a carne e os alimentos fermentados, com cheiro forte.

Uma lei espiritual diz: “Devemos dar porque recebemos.” Não conseguimos inspirar sem espirar. Se não queremos servir, também não podemos receber. É perigoso meditar sem uma atitude de servir. Devemos dar mais que recebemos, assim ficamos livres de nossas dívidas. Portanto, devemos servir à vida que está ao nosso redor de uma maneira ou outra, adquirindo as habilidades necessárias para fazer isso.

O caminho é uma maneira de escapar das limitações da consciência individual e localizada, buscando planos de consciência cada vez mais amplos. É um caminho que vai da mente segmentada até uma percepção da unidade que está por trás da existência, a unidade do ser. No Oriente, unidade significa “Ioga” ou união.

O antigo caminho da Ioga ensina como neutralizar as reações da mente e dos sentidos em relação ao mundo objetivo, para adquirir estabilidade e equilíbrio. A Ioga significa a percepção da síntese de todos os planos de consciência. Os diferentes tipos de Ioga são divisões e subdivisões de um todo. O objetivo da prática de Ioga é alcançar a consciência de síntese. A prática de Ioga é um processo diário de purificação.

Temos que passar pelas portas das emoções e dos pensamentos para alcançar a Luz. As emoções e os pensamentos condicionam, e são obstáculos no caminho da Luz. A chave-mestra para a eliminação dos obstáculos é ajudar o outro sem reservas, sem se preocupar com seu próprio bem-estar: “Todas as suas atividades devem ser feitas para o bem-estar do outro.”

O corpo humano é composto de camadas de diversas densidades:

• O corpo físico-etérico ou corpo vital
• O corpo emocional
• O corpo mental

Além desses corpos existem vários planos sem forma.

É o corpo etérico que vitaliza e mantém a forma do corpo físico. Na hora da morte, o corpo etérico sai do corpo físico e o corpo físico se dissolve. Com uma vida espiritual, o corpo etérico mantém a vitalidade e o magnetismo de sua forma. Se não vivemos de acordo com as leis espirituais, o corpo etérico se decompõe mais rapidamente.

Desejos e anseios, simpatias, antipatias, orgulho, ambição, ódio e medo são qualidades do corpo emocional. A pessoa que se deixa levar por suas emoções é chamada de homem animal. Somente através da purificação de nossas emoções, alinhando-as aos ideais superiores poderemos transformar o fogo das emoções em aspiração fervorosa e nos elevar.

O corpo mental está repleto de formas-pensamentos, que recebem sua energia do eu superior, como uma lâmpada recebe eletricidade. Os pensamentos vem um atrás do outro sem parar. Nosso alinhamento é o que decide o tipo de pensamento que recebemos. A construção de ideias ou ideologias pode nos prender durante muito tempo. Com o alinhamento aos planos superiores, recebemos inspiração da alma.

Sem contato com a alma, somos prisioneiros da personalidade. Sentimos como se estivéssemos presos. Uma insatisfação profunda nos leva a buscar algo que, inicialmente, não sabemos o que é – mas é a busca pela alma. Algumas pessoas tentam negar o chamado da alma, através do ativismo político e de uma vida intensamente voltada ao mundo externo. Mas o chamado da alma nunca para.

Entre a alma e a personalidade há um espaço, sobre o qual uma ponte precisa ser construída. Essa ponte é construída entre a mente inferior, concreta e a mente superior, intuitiva. A ponte nos leva do plano dos pensamentos ao plano da consciência da alma, chamado Buddhi. O conhecimento e a discriminação são necessários para a construção dessa ponte de luz. Uma vez construída, a alma pode se expressar através da personalidade. Começamos então a viver de acordo com nosso eu superior.

O eu inferior ou personalidade é um espelho que reflete a alma, o EU SOU. O reflexo da luz não é a luz. O reflexo pode ficar distorcido, mas não a luz. A natureza da alma é Vontade, Amor e Luz. Na personalidade, a Vontade se expressa como desejo pessoal, o Amor se expressa como emoção e a compreensão assume um caráter emocional e a Luz se expressa como atividade intelectual centrada em si.

O corpo etérico humano é feito de correntes de energia, com centros vitais atuando como pontos energéticos. As energias giram em um círculo que é conhecido como chacra ou lótus. Há seis centros principais no corpo e um na cabeça. No corpo físico, as glândulas endócrinas com seus hormônios representam a condensação desses centros. Na maioria das pessoas, os centros etéricos não funcionam corretamente e a força vital fica bloqueada. Os centros podem ser ativados com a meditação e exercícios de respiração, ou seja, uma respiração lenta, profunda, calma e uniforme. Assim, a contemplação de cada lótus enche nosso sistema com energia da alma.

Normalmente, a força vital conhecida no Oriente como Kundalini fica, durante muito tempo, adormecida na base da coluna. Quando acorda, sobe pela coluna vertebral. Os chacras (rodas) tornam-se lótus através de um desenvolvimento lento e natural.

Atenção: Não faça exercícios de concentração sobre os centros e não force diretamente sua ativação.