A energia de Síntese
Inclusão
O oceano existe nas ondas: uma onda não tem uma existência separada; é somente o oceano em forma de onda. Todos nós somos aspectos da onda do único oceano de existência e estamos conectados inseparavelmente com a consciência universal. Todas as coisas e as situações estão dentro desta consciência universal, nada existe fora dela. Ver todas as formas como uma expressão do Divino é a sabedoria da síntese. Para as pessoas no caminho espiritual, este entendimento não é novo, porém constitui simplesmente uma informação - se não pudermos compreender e vivenciar isso.
Enquanto tivermos reservas a respeito de certas pessoas, coisas ou situações, não viveremos a síntese. Um princípio do ocultismo é: “Qualquer coisa que repelimos, nos repele.” A síntese demanda inclusão e não exclusão. Na síntese há uma consciência oceânica que não reconhece tendências de separatividade. Esta consciência trabalha através de nós e através de todos os outros. Síntese significa incluir todas as possibilidades que nos cercam. Não podemos dizer: “Não tenho tempo para isto.” Mais tarde, poderemos nos arrepender e, então, buscá-la. Chega a tal grau, que até mesmo quando um só membro de um grupo é afastado, não há síntese.
A síntese é um estado de consciência no qual se compreende a perfeição de toda a criação – o papel do bem e do mal, a idoneidade de uma guerra, de um terremoto ou uma erupção vulcânica. Somente aquele, que leva em si a energia da síntese, adquire uma compreensão do trabalho do todo. Então, compreendemos também o significado dos lados escuros da vida e que a luz não existe sem a obscuridade, do mesmo modo que não há inalação sem exalação. Ambas têm sua importância.
Portamos dentro de nós a semente da síntese, porém, quando tratamos de manifestar a síntese através de nossa mente, sentidos e corpo, percebemos bloqueios em nós. O plano emocional e o mental são os nossos maiores problemas. No plano mental, temos nossos pontos de vista e ideias fixas que nos limitam. Muitos intelectuais, com uma mente altamente desenvolvida, estão atrapalhados em seu pensamento analítico. Eles podem ser intelectualmente superiores a outros, entretanto, não se trata de vencer com a as perspectivas próprias, mas, de deixar para atrás as nossas próprias ideias e integrar outros diferentes pontos de vista. Podemos nos aproximar da verdade, não pela análise e crítica, mas pela inclusão de ideias diversificadas. Ver as diferenças entre pontos de vista é análise, perceber as semelhantes é síntese. Quanto mais estamos alinhados com o que é comum, mais nos aproximaremos à energia da síntese. A síntese assimila todo ponto de vista.
Quando começamos a pensar, não com a cabeça, mas com o coração, a crítica cessa e desenvolvemos a compreensão amorosa. O centro do coração é o centro da unidade e do amor. Se perdemos a conexão com o coração, a consciência da unidade desaparece e a mente se identifica com a diversidade do mundo exterior. Enquanto estivermos presos à mente, não faremos contato com a energia de síntese. E, tão pouco, poderemos nos comunicar com a consciência do Mestre.
O tema da síntese demanda que nos elevemos do plano mental ao plano búdico e, daí, ao plano átmico. No corpo humano, o plano átmico corresponde ao centro da cabeça, o plano búdico ao centro do coração e o plano físico ao centro da base. Neste último, a humanidade está embaraçada na matéria. A síntese se estende aos três centros superiores: o centro da cabeça, o Ajna e o centro do coração. A consciência de síntese existe, subjetivamente, em nós; porém, particularmente no lótus do coração, que é diferente do centro do coração. O centro do coração é o centro do amor, o lótus do coração é a base de toda a existência. O lótus do coração está situado sobre o centro do coração e abaixo do centro da garganta. Recomenda-se que meditemos, neste centro, sobre o Senhor Narayana - a energia de síntese.
Para experimentar os planos superiores, não temos que ir a nenhum lugar - uma mente pura é suficiente. Normalmente, a mente nos mantém atados às coisas externas. Em lugar de alinhar a mente com a objetividade, podemos, não obstante, alinhá-la também com os planos superiores. Quando nossa mente é pura, os planos superiores podem refletir-se em nós. Podemos ver, escutar e experimentar coisas, onde quer que estejamos. O Mestre CVV chama isto de “o truque do truque.” Assim, não necessitamos ir ao plano búdico, átmico ou paramátmico; tudo se reflete em nós, quando limpamos e alinhamos nossa mente. Desse modo, com uma mente transparente, podemos vivenciar que o Conhecimento, o Amor e a Vontade Divina estão presentes em todos os lugares, como também que a mesma energia permeia os diferentes planos. A ideia da síntese permite aos Mestres de sabedoria experimentarem dimensões cósmicas, enquanto permanecem na Terra.
A Descida da Energia
Por meio da especialização, pensamentos separatistas e atitudes desagregadoras, a humanidade está ameaçada de afastar-se muito da unidade da vida e de correr riscos. A descida da energia de síntese foi uma necessidade urgente para salvar a humanidade da desintegração pela análise. O Mestre CVV explicou que a energia tem um plano específico de sintetizar o entendimento humano. Não haverá barreira de credos, religiões, nações e continentes; o conceito de barreira será suplantado. A nova energia não destruirá o bom, nem o velho; mas, eliminará tudo o que não é útil para nós. Ela trabalha para fazer convergir tudo numa vida. Aqueles que já se inclinam a tal unicidade, se sintonizarão com a síntese da vida. Os que negarem, serão obrigados a atravessar o doloroso processo da ruptura. “Dobrar-se ou romper-se” é o lema desta energia que também trabalha através de crises e guerras.
A energia da síntese já desceu; sua vinda resulta em coesão, unidade e fusão. O egoísmo humano e a separação serão gradualmente substituídos pela compreensão e pela ação correta. É a própria vida que primeiro se diversificou e multiplicou e que agora se propõe a alcançar a unidade na síntese. Não é a nossa proposta, mas, a obra da Lei eterna. O Mestre CVV é o intermediário ou veículo através do qual a energia, proveniente de fontes cósmicas - via Sirius - desceu no início do século XX. O termo cunhado para esta energia é “o Avatar da Síntese”. O Avatar da Síntese pode elevar a humanidade, independentemente do seu estado de consciência. Não é a ação da humanidade, mas a Sua graça - que não está presa ao tempo, espaço, forma ou nome.
Para distribuir a energia para a humanidade, o Mestre criou a oração com a invocação dos sons sementes “CVV”. Ele disse que a oração regular às 6 horas da manhã e no início da noite, com a intenção de receber a energia da síntese, estimula a energia em nossos corações. Então, a vida ganha uma nova direção e continua a se expandir.
Para ancorar esta energia, foi dada a quinta estrofe da Grande Invocação: “Do Avatar de Síntese, que permanece ao redor, deixe Sua energia penetrar em todos os reinos. Que Ele eleve a Terra para os Reinos da Beleza!”
Manifestando a Síntese
A energia se expande particularmente através da Hierarquia dos Mestres e Eles trabalham por meio de seus discípulos. Os discípulos atuam para ajustar as atividades humanas nos planos mentais, emocionais e físicos. O surgimento de atividades espirituais nas décadas recentes é um resultado de longos anos de trabalho silencioso da Hierarquia e dos discípulos. O Ashram do Segundo raio, especialmente, está trabalhando ativamente para ensinar boas ações inteligentes, trabalhos de grupo e preparar a humanidade para uma compreensão sábia da situação cambiante, para que ela alcance a plataforma de síntese.
Grupos e organizações fechados, em cada nação, são reagrupados em grupos nacionais; estes, por sua vez, em grupos continentais e, eventualmente, em um grupo global. A fusão intergrupal é o plano hierárquico. A união das atividades da World Teacher Trust-Global só poderia ter sido realizada por meio de um trabalho dedicado e com o apoio silencioso da Hierarquia. Nisto, o Mestre CVV é o Mestre sintetizador e o Mestre Djwhal Khul o controlador da rede de energia no planeta.
Não há somente um caminho para a manifestação da síntese, mas, milhares de caminhos. Nós seguimos do nosso jeito, mas, não devemos insistir que este jeito é a única opção. Podemos expressar as nossas opiniões, mas nunca impondo-as aos outros. Existem vários Ashrams, com diferentes qualidades de raios. Todos devem encontrar o raio ao qual pertencem. Na humanidade, há incontáveis pontos de vista. Muitos têm pontos de vista diferentes dos nossos; devemos encontrar o que é consensual e, consequentemente, como almas, nos ligarmos com a super alma.
A energia da síntese não é somente a Vontade, nem somente o Amor, do modo pelo qual entendemos estes termos. Ela é os dois aspectos e deve ser compreendida como o “Princípio do Propósito Dirigido.” Este Princípio nos habilita a desenvolver uma atenção focalizada e direcionar a energia para sintetizar, que nos leva à compreensão de que a Humanidade é Una e o Mundo é Uno - com os seus de cinco reinos e Uma Vida. Realizar a Síntese é um trabalho estupendo para o qual a Hierarquia e seus discípulos estão trabalhando. A humanidade chegará à unidade, mas isso levará milhares de anos.
Fontes: K.P. Kumar: El Maestro Acuariano / Hercules / Notas de seminarios. The World Teacher Trust / Ediciónes Dhanishta España (www.edicionesdhanishtha.com)